
Amadurecimento Lúdico
Hoje resolvi escrever sobre a formação profissional que concluí no fim de 2014, um ensinamento único ministrado pela psicóloga Silvia Carné, especializada na Prática Psicomotora Aucouturier e sócia-fundadora do Espaço Néctar, cujos resultados compartilho com vocês.
Estou convencida de que a maior contribuição que essa formação trouxe para mim foi ampliação da visão de quanto o lúdico pode impactar de forma relevante a nossa própria vida e a do outro. Todos estamos em busca de algo que tenha mais significado e dê mais sentido a nossa vida. Cada vez mais, precisamos acreditar que quando nossos ambientes de convivência permitem o compartilhamento de valores de acordo com nossas crenças, eles ajudam no processo lúdico-criativo. Isso gera uma grande responsabilidade, mas também uma tremenda oportunidade. Assim, quem não é criativo não será lembrado e quem não é lúdico não será considerado.
Aprendi, nessa formação, a cultivar essa postura diante da vida. Não me levar tão a sério, rir mais dos meus erros e não me deixar contaminar pelo caos reinante no dia a dia das nossas vidas.
Amadurecer, sem se entristecer, e considerar que devemos ter alegria nesse amadurecimento e, independentemente das circunstâncias, ir além dos acontecimentos.
“Amadurecer não significa perder o encanto pelas coisas que vivenciamos, antes saboreá-las com menos pressa e mais ternura. Amadurecer não significa perder a vibração e a magia perante o novo, mas vibrarmos em uma outra faixa, com mais responsabilidade pelos nossos sentimentos e pelos alheios.” - Alyne Costa
É uma decisão de vida. Não é fácil, mas é possível. Cada detalhe em um ambiente pode ser motivo para se alegrar: cores, sons, aromas, tudo.
Esse jeito de olhar a vida é uma escolha que pode ser feita com base em experiências existenciais e é como um jogo. Abrir o espaço profissional para esse tipo de jogo é uma opção corajosa. Foi o que aprendi na minha formação, uma virtuosa opção.
Quando estamos jogando esse jogo do “ser lúdico”, exercitamos todas as qualidades que a vida corporativa solicita a todo instante: senso de equipe, novas possibilidades, coragem, engajamento, criatividade, capacidade de liderança e motivação.
Para fazermos um bom jogo, podemos falar que estamos “brincando como adultos”. Essa dimensão lúdica na vida adulta e sua inter-relação com o processo de amadurecimento são um processo contínuo e até mesmo terapêutico. Em muitos momentos dessa formação profissional em Amadurecimento Lúdico, nos deparamos com discussões e análises que evidenciaram que o processo de amadurecimento não é simples, nem fácil, porém, possível de ser encarado como uma oportunidade real de evolução e um profundo sentimento de estar rejuvenescido.
Vivenciamos esse processo em profundidade. Em alguns momentos, evidenciaram-se crises pessoais que, como não estávamos tratando de um processo de terapia em grupo, talvez tenham “roubado” muito tempo e energia do programa.
A interação social de forma presencial foi um laboratório muito rico, no qual o respeito às diferenças foi sempre colocado como premissa básica.
A comunicação verbal e a escuta empática são exercícios que levamos dessa formação para a vida profissional, e também pessoal, os quais precisam ser trabalhados todos os dias. Por conta disso, a linearidade, a persistência e o comprometimento do grupo em alguns momentos ficaram comprometidos, mas nada que tenha prejudicado o resultado final, porém são ajustes necessários para que o próximo grupo aproveite ao máximo a carga horária proposta.
Em resumo, o amadurecimento lúdico depende de laços afetivos satisfatórios, tolerância ao estresse, espontaneidade, otimismo, capacidade de atualização e sentimentos de segurança e autoestima que as atividades criativas proporcionam.
Evidências científicas comprovam que jogar é o oposto de se deprimir. E que o jogo nos motiva a evoluir, estimulando as áreas do nosso cérebro associadas a alegria. E por que isso acontece? Porque gostamos de ser estimulados a usar o nosso potencial, isso faz parte da natureza humana.
Reproduzo, para finalizar, um texto de Martha Medeiros que ilustra bem os aprendizados dessa formação:
"Quando chegar aos 30, serei uma mulher de verdade. Nem Amélia, nem ninguém, um belo futuro pela frente e um pouco mais de calma talvez... E, quando chegar aos 50, serei livre, linda e forte, terei gente boa ao lado, saberei um pouco mais do amor e da vida quem sabe? E quando chegar aos 90, já sem força, sem futuro, sem idade, vou fazer uma festa de prazer, convidar todos que amei, registrar tudo que sei, e morrer de saudade." - Martha Medeiros
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