
Amizade: A Rainha Das Soft Skills
Segundo o poeta Paulo Santana (1), “a gente não faz amigos, reconhece-os”. E é, exatamente, dessa dimensão da amizade - a competência de (re)conhecer -, que se propõe essa (compromissada, mas, despretensiosa) reflexão. Vejamos!
Quando pensamos em soft skills, reiteradamente, somos encaminhados a um consenso (silencioso) que nos informa serem aptidões mentais, emocionais e sociais, facilmente qualificáveis.
Entretanto, para reflexão que se encaminha, importa (somente) o devido destaque ao caráter social dessas aptidões - visto que, por sermos animais sociais, a fonte de nosso self se localiza em uma relação de outridade.
Dessa forma - da necessidade do outro enquanto pressuposto -, é possível identificara existência de uma característica compartilhada, por todas as comunidades ou culturas - desde às mais primitivas, até às mais complexas -, a saber, a ética do cuidado. Ou seja, a expressão social desse self, constituído em uma relação de outridade, é o cuidar - em outros termos, cuida aquele que se reconhece no outro.
Posto isso, retomando a preciosa lição deixada por Paulo Santana, temos que, (re)conhecer é aptidão de amigos, exclusivamente! É coisa (skill) de gente generosa, que se orienta na vida por permitir (re)conhecimentos - embora haja tanto (des)conhecimento pela vida (rememorando, aqui, o poetinha Vinicius).
Amizade é skill de quem chega, para ficar!
É visita, que vem para morar!
É a soma, de todos os afetos!
Para além de qualquer diletantismo poético, aquiescer ao fato da amizade ser a rainha das soft skills é desnudar o olhar sobre o outro, e sobre si mesmo - a ponto de permitir (re)conhecer-se e aceitar-se, nessa nova entidade surgida, a partir do encontro.
Portanto, somente aqueles aptos à amizade, transformarão a jornada (na vida) em conquistas - afinal, conhecer já não basta, em um cotidiano que exige tantos (re)conhecimentos.
No mais, Vida longa, à Rainha!
(1) Livro, O Gênio Idiota.
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